Costa Pacífica | Foto: Julia Luiza

Quer fazer uma viagem de cruzeiro e não sabe se esse estilo de viagem é para você? Gostaria de conhecer as praias caribenhas sem se preocupar com os deslocamentos? Ou talvez você busque um tipo de férias onde a diversão, a gastronomia e o transporte já estão inclusos, permitindo que você relaxe completamente e aproveite o melhor do Caribe? Ou simplesmente quer descobrir se a vida em alto mar combina com o seu estilo de viajante?

Passei 8 dias a bordo do navio Costa Pacífica do Costa Cruzeiros e, nesse post, irei contar todos os detalhes dessa viagem para vocês.

Neste Guia:

  1. A Chegada
  2. O Valor
  3. Os Quartos
  4. Os Restaurantes
  5. Cassino, Lojas e Academia
  6. As Piscinas
  7. O Lazer
  8. Internet e Wi-fi
  9. Enjoo
  10. Tempo em terra
  11. As Praias
  12. O Meu Veredito

A Chegada

A minha família estava planejando uma viagem de mais ou menos duas semanas na República Dominicana, mas ainda com os detalhes incertos. Por coincidência, conseguimos uma promoção para passar 8 dias a bordo do Costa Pacífica navegando pelo Caribe e decidimos comprar, já que assim iríamos visitar muitos outros lugares além de Santo Domingo e Punta Cana. Embarcamos em La Romana, que é o porto de Santo Domingo. Alugamos um transfer do nosso hotel para o porto, que fica a mais ou menos uma hora da cidade. Preferimos não alugar um carro e dirigir até lá pois não conhecíamos as estradas do país, e soubemos de alguns golpes que podem ser aplicados por lá.

Porto de La Romana | Foto: Julia Luiza

Dica: Cuidado com táxis não oficiais e ofertas de transporte na rua. Em La Romana e arredores, é comum turistas serem abordados com preços inicialmente baixos que triplicam no meio do caminho, ou motoristas que cobram taxas extras pelas malas 'de surpresa'. Para evitar dor de cabeça logo no início das férias, feche o transporte com empresas recomendadas ou diretamente com seu hotel/agência, acertando o valor final antes de entrar no carro.

O Valor

Pegamos um pacote simples, em uma cabine interna, e compramos um pacote de 20 bebidas não alcoólicas (vendido separadamente), o que deu cerca de R$2200,00 por pessoa. Sinceramente, foi um preço muito bom considerando que passaríamos 8 dias sem gastar com hospedagem, alimentação e transporte. Um pacote simples do navio inclui todas as refeições nos restaurantes self-service do navio + jantar em um dos dois restaurantes liberados para escolha. Não tem internet inclusa e nem bebidas, alcoólicas ou não - exceto água, que está sempre disponível em bebedouros, por isso é importante levar uma garrafa reutilizável. Tudo isso deve ser comprado em pacotes a parte se desejar usufruir desses confortos.

Vista do navio | Foto: Julia Luiza

Os Quartos

O navio possui 4 cabines diferentes para escolher; interna, externa, com varanda e suíte. A interna, onde ficamos, é a mais simples, podendo ou não ter janela (a nossa tinha, com sorte), e fica no andar mais baixo do navio. As outras diferem no nível de contato com o mar que você pode ter, e o principal diferencial entre a cabine com varanda e a suíte são os serviços oferecidos. A suíte conta com mordomo pessoal, garrafas de vinho ou espumante e um restaurante privativo.

Pôr do Sol visto no navio | Foto: Julia Luiza

As tomadas seguiam o padrão de dois pinos chatos, mas também tinham entradas usb nos abajures onde era possível conectar e carregar o celular.

Os Restaurantes

No pacote comum, você tem acesso a dois restaurantes para jantar - o New York New York ou o My Way. Antes de entrar no navio, você vai escolher em qual dos dois prefere jantar, e durante toda a sua viagem sentará na mesma mesa e terá o mesmo garçom. No seu cartão Costa, inclusive, já vem escrito qual vai ser o seu restaurante, a sua mesa e o seu turno. A diferença entre os dois é somente a localização. Todos os dias você recebe o menu da noite, com 3 opções de entrada, primeiro prato, segundo prato e sobremesa. Além disso, caso você não goste de nenhuma das opções, pode trocar alguma parte desse jantar por um prato comum.

Sobremesa no restaurante | Foto: Julia Luiza

Gostei bastante dos jantares lá, foi divertido experimentar coisas novas todas as noites (apesar de achar algumas comidas sem sal), mas a experiência foi boa. O nosso garçom era um moço das Filipinas, e nos contou várias coisas sobre a sua vida e como tomou a decisão de ir trabalhar no navio.

Sobremesa no restaurante | Foto: Julia Luiza

As outras refeições eram feitas em buffets livres em quase todos os horários do dia, com várias opções para café da manhã, almoço, lanche da tarde e jantar, se não quiser ir em um dos restaurantes. No deck das piscinas também tinha um restaurante de fast food que servia hambúrgueres simples, cachorro quente (pão e salsicha, não o estilo brasileiro) e batata frita.

Prato de jantar no restaurante | Foto: Julia Luiza

Também era possível tomar café da manhã no New York New York. As opções para self service eram as mesmas, com o diferencial sendo apenas o serviço de garçom, que poderia trazer algumas comidas à parte para você.

Café da manhã no restaurante | Foto: Julia Luiza

Dica: É importante mencionar que o serviço de quarto está incluso para todos os hóspedes, para quem não quiser sair da cabine para fazer alguma refeição.

Os restaurantes que não estão inclusos são o Archipelago, Sushino at Costa, Pummid’Oro Pizzeria, Gelateria Amarillo e os bares. No Archipelago e Sushino é necessário reservar com antecedência, e os preços são bem salgados - todo o navio é cobrado em euros, visto que é uma agência italiana.

Cassinos, Lojas e Academia

O navio conta com um cassino completo, que abre sempre que a embarcação está navegando em águas internacionais. O ambiente é bem animado, com diversas máquinas caça-níqueis, roletas e mesas para jogos de cartas.

Vista no deck do navio | Foto: Julia Luiza

A galeria de lojas oferece perfumes importados, cosméticos, bolsas, relógios, joias e roupas de marca, um pouco no estilo Duty Free. Ainda assim, achei essa parte incompleta e com pouca variedade de opções - e de preços.

O acesso a academia é liberado e possui bons equipamentos, mas não sei o quão seguro é tentar correr em uma esteira dentro de um navio em alto mar, com balanço constante.

As Piscinas

O navio conta com 9 piscinas e jacuzzis (pasme!) minúsculas. Aqui foi onde todo o brilho da viagem se perdeu para mim. O segundo dia, logo depois de entrar no navio, foi completamente em alto mar (ou seja, também completamente sem internet, já que não compramos o pacote).

Acordei animada para colocar um biquíni e ir aproveitar a piscina, então imagine a minha surpresa em ver uma pequena bacia completamente ocupada pelas 10 pessoas que cabiam espremidas ali dentro, com todas as cadeiras ao redor também ocupadas pelas toalhas que os hóspedes colocavam para guardar os melhores lugares.

Navio no porto de Grand Turk | Foto: Julia Luiza

Rodei por um pouco nos decks do navio procurando alguma piscina mais vazia (não tinha nenhuma) e até desci no tobogã, mas não consegui ficar realmente em nenhuma piscina ou hidromassagem. Na deck superior tem várias cadeiras de praia, e tentei ficar em uma lendo um dos livros que havia levado, mas o sol em alto mar é muito quente e não consegui ficar embaixo dele, e na sombra me restava apenas o calor sem uma piscina para refrescar. Nos outros dias eu nem tentei subir nesses decks, não valia a pena.

O Lazer

Cada dia conta com várias programações diferentes, principalmente durante a noite, como noites de karaoke, momentos de exercício na área da piscina e jogos para as crianças.

Toda noite, recebíamos o diário de bordo do dia seguinte na cabine. É um jornal com toda a programação, horários de chegada e partida do porto, atividades no navio e excursões.

Internet e Wi-fi

Como não compramos um pacote de internet, passamos o percurso tendo acesso apenas via roaming quando o navio parava em algum porto. Apesar disso, o navio possui wifi para que todos os passageiros possam acessar o aplicativo da Costa e ver a programação do navio do dia, o menu dos restaurantes e enviar mensagens para outros hóspedes.

Enjoo

Essa era uma grande questão para mim antes de entrar no navio - visto que eu passo mal até em viagens de carro. Surpreendentemente, o percurso inteiro foi super tranquilo, inclusive no dia em que passamos inteiro navegando em alto mar. Senti apenas um mal estar em um momento específico da viagem, onde pegamos uma tempestade de verão longe do litoral, e o navio balançou bem mais que nos outros dias.

Janela da nossa cabine no dia da tempestade | Foto: Julia Luiza

Tempo em Terra

Essa foi a pior parte para mim. Quando vi a programação do navio, já sabia que não seria muito o meu estilo de viagem, visto que ficaríamos um dia em cada lugar. Eu gosto de explorar cada canto que visito com calma, fazendo tudo que quero no meu tempo. Então imaginem a minha decepção quando descobri que passaríamos apenas 4 horas na Jamaica.

Gostei de conseguir visitar lugares que não estavam no planejamento original da viagem pela República Dominicana - para ser sincera, visitar a Jamaica nunca foi uma possibilidade, então fiquei grata por pelo menos conseguir passar por lá por um tempo - mas ainda assim, achei o tempo de cada parada curto demais, e odiei ter que passar mais tempo no navio do que fora dele.

As Praias

Ocho Rios, Jamaica

O lugar que eu mais amei visitar, e como odiei ficar tão pouco tempo nele. Pagamos 10 dólares para entrar na praia, já que todas são privadas na Jamaica, mas o lugar era lindo e as pessoas eram muito simpáticas conosco, principalmente depois que falávamos que éramos brasileiros. O dia estava meio nublado, mas a primeira praia caribenha que visitamos não decepcionou. Essa visita só me deixou com muita vontade de voltar à Jamaica um dia, e realmente conhecer o lugar.

Ocho Rios, Jamaica | Foto: Julia Luiza

Turks and Caicos

A parada foi em Grand Turk, a ilha capital do arquipélago de Turks and Caicos. Um ponto positivo desse cruzeiro foi a parada para visitar essa ilha, visto que jamais tentaríamos visitá-la de outra forma. Tem várias excursões que são ofertadas no porto, mas preferimos ficar na praia mesmo onde chegamos. O lugar é lindo, mas a praia é de pedras e não areia, então admirei a água de longe, não dá para ir muito fundo sem calçados adequados.

Grand Turk | Foto: Julia Luiza

Dica: Se quiser aproveitar essas praias, é necessário comprar sapatilhas aquáticas. No fundo tem muitas pedras e corais que machucam bastante os pés.

Amber Cove, República Dominicana

Esse porto é mais um lugar de excursões do que de praia mesmo, então conhecemos a cidade de Puerto Plata e a história e depois fomos para a praia, que é do oceano atlântico. Foi uma visita legal, e conseguimos passar tempo suficiente lá para desfrutar do mar. O porto tem muitas excursões para escolher e atividades lá mesmo, como tirolesas e trilhas.

Puerto Plata | Foto: Julia Luiza

Samaná, República Dominicana

Lá, visitamos La Playita. Ali vi realmente o que era um mar caribenho, a água tinha um tom de azul lindo e a areia era branquinha. Contudo, não entrei na água, tinham muitas algas ali.

La Playita | Foto: Julia Luiza

Ilha Catalina, República Dominicana

Para mim, foi o que fez a viagem toda valer a pena. Ali é 100% a imagem que vêm à cabeça quando qualquer pessoa pensa no caribe - água transparente, areia branquinha e um mar calmo. Para quem gosta, tem várias atividades de mergulho e snorkeling, mas eu e minha família ficamos apenas curtindo o mar - e chegamos até a bater um papo com uns mineiros que estavam no mesmo navio. Foi o melhor destino de toda a viagem e, se eu fosse voltar na República Dominicana, visitar essa ilha de novo seria a minha prioridade.

Ilha Catalina | Foto: Julia Luiza

Dica: A moeda do navio é o euro, mas nesses portos e cidades turísticas do Caribe é comum aceitarem também o dólar americano, muitas vezes é preferível em pequenas compras, como lembrancinhas.

Ilha Catalina | Foto: Julia Luiza

O Meu Veredito

Fazer um cruzeiro é como ficar preso em um shopping por uma semana. Tem gente que vai curtir a comida ilimitada, o sol e as festas, mas eu gosto de viajar para conhecer lugares, e não gostei de conhecer o navio. Se você estiver lendo isso e ficar em dúvida se uma viagem de cruzeiro combina com você, compre uma viagem curta por um preço baixo e teste - é a única forma de saber de verdade se viajar de cruzeiro é para você. Para mim eu sei que não é, e eu com certeza não irei voltar em um navio.